segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Auto-bio capitulo 3

                               Auto-bio    capitulo 3

      E chovia fortíssimo naquela tarde de verão. A água inundava todo córrego que cortava a cidade. O riacho corria por todo bairro Vulcão, indo se encontrar com o Rio Itambacuri.  Saía lavando tudo e carregava todo entulho, burro morto,podre.  Levava arrastando com a correnteza.
  Os meninos eram malucos.  Pulavam da pequena ponte,se misturavam às sujeiras que borbulhava,subia e descia com as ondas que o vento formava.
  Água lamacenta e avermelhada pelos barrancos arrancados ao longo do caminho.
   Minha mãe já de tomada de ferro de passar nas mãos.   Balançava o fio e gritava aos berros para a criançada passar para dentro de casa.
  Quase sempre ninguém ouvia ou fingia não ouvir para aproveitar o máximo do momento que a chuvarada proporcionava, pois era um playground fantástico. E também era melhor esperar a raiva dela passar, naquele momento não seria boa ideia. Surra na certa!
   A enxurrada continuava inundando tudo e arrastando a horta, as cercas de braúna do meu quintal.
   Pena!
   O galinheiro já ia boiando junto...Tudo desolado ,destruído.
Sonhos ,trabalho e economia de anos...
Por agora vou dar uma pausa,mas continuo amanhã porque os olhos se enchem de lágrimas..

Deixemos as lamúrias de lado e vamos focar no importante: as vizinhas!  Todas gente boa,cheia de filhos e muito coleguinha para brincar.  A farra era garantida naquelas águas barrentas.Criança não tem muito juízo mesmo...
  Tudo debaixo d'agua,triste mas necessário,pois aquele riacho na verdade nada mais era wue um fétido esgoto a céu aberto que precisava ser lavado e escoado de vez em quando. Ele saía direto no Rio Itambacurí,passava aos fundos de quase todas as casas da parte central da comarca de Jampruca,cortando o distrito ao meio.     A ponte minúscula ligava as duas partes.      De cima da ponte dava para se ver os burris,cavalos, gatos e cachorros mortos que o povo jogava no rio.    Santa ignorância!     Jogar carniça na própria água e no próprio rio...Os abutres revoavam por lá,na espera dos bichos que se iam apodrecendo e o mal cheiro era insuportável nas redondezas. Os bichos ficavam entalados no remanso na areia...
  Neste intervalo de chuva mãe não deixava sair e eu doidinha para gastar minha moeda que havia encontrado perto do fogão ,lá na última cozinha da casa, porque tinha trêz cozinhas lá em casa ,não sei porquê.   Mas assim que deu uma estiada fui correndo à casa da dona Eugita .   Ela vendia pirulitos, balas, marias- mole e uma infinidade de doces coloridos.   Hummm, lembro- me também do suspiro.     Tinha de três cores: branco, rosa clarinho e amarelinho..Da janela de onde ela nos atendia os doces eram o sonho de consumo de qualquer criança que conseguisse uma moeda.
  Mas que susto no caminho. Maria Bufona estava pela rua correndo atrás de alguns moleques  que a incitavam e caçoavam dela.   Uma senhira escura ,de cabelos crespos, de feições desnorteadas e além de tudo bebia, caía pela calçadas, andavam toda suja.    A meninada gritava e apelidava ::    Maria ,Cebola!      Maria  Cebola!     
     Hoje posso entender o quão triste e abusada ela foi.    Coitada!    Não tinha quem a defendesse.   Mas confesso que morria de medo dela. Lamentável,mas naquele mesmo tempo,eu deveria ter por volta dd 8 anos,presencieo um fato triste.
Tinha um moço com nome de Neném da Égua,ele batia nesta senhora que eu morria de medo.   Batia com o chicote que usava para bater no cavalo dele.    Homem tido por valentão!   Ela estava muito bêbada e ele a surrva com o chicote.   Não me lembro de ninguém ter ajudado..
   Lembranças tristes...












terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Saudades de casa

Saudades de casa


Bença mãe!
Seu filho de viagem,
Distante de casa,
Hotel só no Plaza,
Busão que atrasa,
Lembro-me do picolé,
Conversas com o Zé,
No Frei dando uma de mané,
Melhor não tem neh??
Responsa grita alto,
Correrias  no Planalto,
Brasil cheio de baixos e altos,
Povo que gasta sola do sapato,
Corre para pagar contas no ato,
Não acredito em "amuleto",
Que a sorte pra mim inexiste.
Quero ser como quem tem fé,insiste,
Com Deus que me guarda e assiste.
Peço que Ele me ensine e dê forças,
Pois quero ser feliz neste momento.
Nas terras do Norte de Minas,
Na Região de Montes Claros!

Quando em viagem para trabalhar:::

Poema inspirado e escrito por Stallone R R Matos.
Eng. Civil e Ambiental pela Faculdade UNIVALE- MG

                                 Meu primogênito

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Auto-bio 2019

Refletindo sobre o tempo,tudo que passa e que fica.  São 52 anos,na verdade já se passou meio século! 
Muito tempo e do mesmo modo quase nada.  De tudo que vivi,sofri,chorei e lamentei por não ter curtido.
Tantas emoções vividas,outras sufocadas...MAS VIVI!
Peço desculpas por toda dor ou tristeza que tenha causado a alguém,mesmo sem sentir.
Em tudo sempre tentei agradar, mas se nao consegui, sorry!
Pois continuarei buscando  compreender e ser compreendida nesta selva de pedra... De lobos famintos, mas também de seres que trazem muita alegria e poesia ao meus dias.
Amo estar com todos vocês.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Finito

Palavras duras na ausência
Outras tantas em presença
Todas aquelas que machucam
Quebram laços de confiança

Pois nada mais triste ou constrangedor
Deixar aos poucos tornar-se dor
Usurpar no peito o tempo,o amor
De anos eternos de convivência

Merecer sei, todos merecem
Viver de verdade este dom
Mas sei de tudo e entristece
Saber que afinal não valeu.

Vidro quebrado não se ajeita
Jamais será o mesmo , enfim!
Continua a amizade , talvez
De um casamento que teve fim.


Angela Matos

domingo, 24 de novembro de 2019

Forever

E quando não há mais angústias,
E quando é tempo de bonança,
E quando a alegria chegou para ficar...                                             o brilho reluz no olhar. É bom demais te amar 🩷💘

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Pétalas

JOGADAS AO VENTO
  SOPRANDO ALENTO
      SOFRENDO A CONTENTO
          MOMENTOS SEM TEMPO
              DAS MÁGOAS CHORADAS
                  À ALMA LAVADA, PRANTO!
                     DESPETALADA !
                        QUEBRADA!
                            DESOLADA; PORÉM REINVENTADA!

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Wonderfull

Cada momento como se fosse o último.

Todo suspirar como se fosse para sempre.

Olhar e esperança de quem espera o melhor!
          

Sdd..

Se não puder esquecer
mando dizer numa flor
mando uma estrela avisar
que o velho amor acordou...

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Flowers

What's a happening?
My heart flowered for you!
Roses...roses...red!
I'm amazing for love flowers...

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Simplesmente assim

Seca, suave ,linda!
Fina!
Rústica, imponente, frágil!
Versátil!
Grosseira, natural, atraente!
Franca!
Leve, solta , terna!
Amada!

sábado, 28 de setembro de 2019

Espelho




                             Arrepender-se
                                     Imaginar-se
                                          Transfigurar-se
                               Desvendar-se
                                   Sofismar-se

                                  Aprofundar-se
                                          Inundar-se

                             Conhecer-te!

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Solitariamente

                                 Nua de pensamentos,
                      Crua sem argumentos,
                Triste sem precedentes,
        Perdida entre viventes.
Eu...

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Ironia

Tive vontade de deletar,mas porquê faria isto?   Material bom,quantos gostariam de ser poetas,ou escrever versos sem fim. Prefiro ser chamada de boba, que esquecer minhas rimas enfim!
Dom que a mim foi dado, mesmo sem merecimento.
Sigo escrevendo meus dias, brincando com as letras,os verbos...que seja a descontento de outrem.
Que se dane, revoltei!
Teclando em meu blog vou,
Quem quiser que me acompanhe,seja aqui ou onde quer que for!
Alguns nascem para divulgar o Amor ,
Outros para a dor.
E eu?
Para digitar de todos eles.
Salve as letras, a cor, a poesia.
Salve a rima, salve a poesia, o soneto, salve o amor.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Mini- bio...

E de tudo que a poesia pode retratar...momento único,necessário,
Alguns pensamentos negativos podem surgir,mas no fundo a lembrança é remédio,sim um remédio paleativo.
Vai curando aos poucos,a mente vai aceitando o vazio,a imagem que não existe mais...
     Neste dia foi fantástico,na verdade quase uma relíquia,porque dificilmente fazíamos fotos todos juntos.  Tem um rapazinho nesta que detestava ser fotografado.    E também se usava aqueles filmes de doze, vinte e quaro ou trinta e seis poses.  Isto quando não queimavam todas as fotos de um evento.
Mas vamos nos ater a este momento sublime!
   Dia de sol, alegria espontânea, propiciamente juntos numa tarde de domingo.  Os três na infância,adolescência.  Época boa , de aconchego. Aliás, aqui ninguém se estranhava.  Todas as coisas eram compartilhadas. Cada uma delas.
Não existia o meu, o seu ,mas o Nosso.
Era perfeitamente familiar, doce lar.
      Filhos são bénçãos de Deus, e tal como, eram tratados.
O tempo passa e hoje são casados, tem duas próprias famílias, com excessão da minha filha que nos deixou há muito tempo.  Partiu um pouco antes de nós,
   Afinal, o céu precisa de anjos...     Bocas pequenas irão criticar, porém não me importo nem um pouco, não mesmo!
Só cresce quem perde e sabe valorizar o que possui.
A foto ficou faltando uma personagem , entretanto a família continua completa.  Nossas vidas independem das circunstâncias...  Ela precisa do hoje que é presente diário para cada um de nós.
  Seguir... Eis o Lema!
  Cada sonho, todo projeto e perspectiva vem do amor e da vontade de vencer.
   Todas as coisas passam.  As alegrias, as tristezas,as desesperanças, as loucuras, os deboches,as hipocrisias, as lutas... Mas o melhor não passa.  Nunca passou.
  A Esperança!

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Mini- bio Jampruca

Capitulo 3

Mini- bio   Jampruca

Ontem fiz um rascunho arquitetônico do que foi aquela casa.  Digo,porão! Não poderia classificá-la de "uma casa"!
Se pudesse desenharia...
    Era um quarto pequeno,sem janelas. Com porta para sala de TV,assim chamávamos a sala. Saindo direto numa cozinha que não tinha quase nada,apenas uma mesa e quatro cadeiras, fórmica azul clarinho.
Desmanchavam à toa,à toa. Um fogão Semmer,também azul.
Por muitos anos este cenário ficou perdido na minha memória e hoje me veio de repente,claro como ontem fosse,e já se foram trinta e três anos...
Mas cobtinuemos.
   Ao fundo uma sacadinha que dava para o pequeno quintal,pelo menos deveria ser,mas tinha um chiqueiro com porcas e porquinhos.
Cheiro que eu   o d i a v a, mas não importa mais...
E a casa se extendia. Separados por um corredor que saíA desta cozinha tinha mais dois quartos,um dos meus pais e outri,mais dormitório que quarto,pois tinha seis camas solteiro.
Deste mesmo se podia subir as escadas que saíam na rua,porém existiam degrais na sala de TV que saíam na rua,mas não sem antes passar pelo armazém que ficava por cima da minha casa.
Pó, sacos de cereais, latas com banha,tirresmo,café torrado,crú,conservas,sinuca,vitrola tocando,bebidas,prateleiras,balanças velhas,balcão com bandas de porco.  Escorrendo pelas laterais,utensilhos de todos tipos.  Linguiças penduradas nos varais,mosquitos,arggg...
  A rua,tão perto a rua que eu nunca brincava.  Afundada em trabalhos caseiros ou ajudando no armazém.  Pesando,calculando cadernetas de clientes ou limpando,pesando de novo,cortandono açougue ,atendendo...Ao fim da tarde,escola.
Dura,muito dura a rotina,mas não reclamo.
Só relembrando mesmo!
Infeluzmente sem condições de detalhar muitas coisas,somente uma vaga pincelada deste tempo.
  Os cavalos do lado de fora bas charretes ou carroças, o povo vinha fazer " a feira do mês". Costume rural,comprar tudo e guardar para todo o mês.
Hoje temos o cartão de crédito, mas na época anotava-se em caderneta avulsa toa a compra que o cliente sempre pagava no mês seguinte,para no ato fazer outra feira.   Quase todos pagavam em dia!
  Pois bem,a casa se resumia em toda esta foto feita pela minha mente cansada.
Lembro das paredes encardidas e sem formas.
Sem encanto ou cores ...
Mas lembro- me da alegria que enchia aquele espaço.  Amigos e colegas sempre presentes.  E nunca houve um domingo que não se ajuntassem.  Cada dia na casa de um,revezando sempre.   Diversão e comida garantidos.
    Brincadeiras boas,iam até tarde,por volta das vinte uma horas. Não mais que isto,ou estaria tarde para cada um caçar sua casa.
Passar anel,cantiga de roda,pique,pula corda,
Fogueira...Ah! No domingo sim.  Neste dia o céu era o limite,como dizem por aí.
Tudo tão simples,pequeno e ao olhar parecia tão importante,imensamente grande.
    Saudade sem fim....


Continua  a novela do que foram aqueles dias.  Adolescência perdida entre trabalhos e compromissos. Sem nenhum tipo de laser ou diversão. 
Trabalho, trabalho e mais trabalho...Antes de acabar uma função,outra já esperava.
Não estou reclamando com queixas infundadas.  Sair de uma torrefação manusl de café, pular para fritar toucinho e terminar o dia ainda no balcão!
Dias curtos.  E ao findar da tarde correr para pegar um ônibus escolar, estudar até às dez da noite, chegar em casa às onze para acordar antes das cinco da manhã. No mínimo puchado para alguém com dezesseis anos.   Ah!   Mas quer saber?    Adorava ir pra escola, assim eu descansava, viajava nos livros da antiga biblioteca.
Luvros amarelados, sem ilustrações, na maioria das vezes. 
Lia por horas a fio, vivia aventuras inimagináveis, conheci o mundo através das páginas.
Romances??  Conhecia- os de cor.   Primo Basílio era o meu preferido.  Entre tsntos outros:  Vidas Secas, Madame Bovahy,Capitães de Areia, Navio Negreiro, vish!    Vai  encber a página de tantos que nem me lembro mais.
Triste mesmo era o momento de voltar para casa.
Rotina cansativa, mecânica que me embrutecia a cada dia. O refúgio sempre foi a literatura.  Não importava o nível ou classificação! Sempre que me encontravam lá estava eu, com livro ou revista nas mãos.
Os domingos eram diferentes, ou a gente ia para casa de conhecidos em uma roça qualquer, ou para  casa da vovó ou ajuntavam todos na nossa casa para comelãncia.
Fartura lá era a palavra.
Mesa farta e aconchegante. Quase toda vizinhança ia pra lá para comer...Mas isto é outra história que contarei depois...


Camuflagens do Amor

CAMUFLAGENS DO AMOR

Se ainda podes disfarçar? Transformar em riso alguma dor? Exalar cheiro de flor? Mesmo com feridas abertas,sangrando...
És um gladiador nato!
És guerreiro incansável!
Pois infinitamente maior é o Amor,
Mesmo camuflado em "DOR"!
Veja, observe,sinta!
Maior que TUDO enfim,  o amor...







Ainda sobre meu primeiro livro.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

O amor

SEJA PERSISTENTE MESMO NOS REVEZES.
OS TRENS MUITAS VEZES CORREM PARA TRÁS ANTES DE IR PARA FRENTE.
PARA AQUELES QUE CREEM,NENHUMA EXPLICAÇÃO É NECESSÁRIA, E PARA OS QUE NÃO CREEM,NENHUMA EXPLICAÇÃO É POSSÍVEL.
O  AMOR PERMANECE.
MELHOR É EXPERIMENTÁ-LO; QUE JULGÁ-LO.
MAS JULGUE-O ;QUEM NÃO PODE EXPERIMENTÁ-LO.


AHHH!  O A M O R...

PARA GUARDAR

                                                  PARA GUARDAR


  1.  O MAIOR E MELHOR AMIGO:DEUS!
  2. OS MELHORES COMPANHEIROS; OS PAIS!
  3. A MELHOR CASA; O LAR
  4. O MELHOR TEMPO: AGORA!
  5. O MELHOR NEGÓCIO; O TRABALHO!
  6. A MELHOR REGRA PARA VENCER: DISCIPLINA!
  7. COLEÇÃO MAIS RICA: DAS MELHORES AÇÕES!
  8. A MAIOR FORÇA; O BEM!
  9. O MAIOR HEROÍSMO: A CORAGEM DE SER BOM!
  10. A MELHOR ATITUDE: A CORTESIA!
  11. A MAIOR FALHA: A MENTIRA!
  12. O PIOR FRACASSO: O DESÂNIMO!
  13. O MAIOR INIMIGO: O MAL!

sexta-feira, 14 de junho de 2019

DREAM

E CADA PÉTALA CAINDO,LEVE PLUMA SENTIDA
N´ALMA AINDA ESPERANÇA,DE ACORDAR FREE  E LINDA!
DO PINK ROSA QUE DESCORA, DESPETALANDO EM SONHOS...
OUTRO ENCANTO QUE SE VAI, DA DESVENTURA SENTIDA.

LEVEZA DELICADA DA SEDA, DE SONHOS QUE NÃO APAGAM
VOLTA A NOITE NO SERENO FRIO A GOTA
DO ORVALHO QUE NÃO CAIU, DO BEIJO QUE NÃO EXISTIU...
PROMESSA DE UTOPIA DESMENTIDA,

ESPERAR,ESPERAR,ESPERAR...
PENSAR,PENSAR,PENSAR...
SONHAR...ONLY DREAM!

terça-feira, 11 de junho de 2019

A MÀGOA

Jonas capítulo 1

 A Mágoa

Sentimento que envenena a alma e coração apenas daquele que a sente. Sempre penso que estou prejudicando a outra pessoa de quem tenho ressentimento. Talvez ele esteja se lembrando do que fez ou deixou de fazer. Mas descobri com Jonas que não funciona bem assim...
    Meu coração vai se enchendo de tanta amargura e sentimentos negativos, que tudo que havia de bom vai saindo,sufocando-se de angústias e medos.
Quando Jonas foi chamado para levar palavra de arrependimento aos ninivitas,ele simplesmente se negou.  E não foi por teimosia apenas. Ele tinha ódio daquele povo de Nínive por rinchas antigas.  jonas deixou a mágoa tomar e encher seu coração de tal forma que ele desobedeceu a Deus. Ele estava esvaziado de sentimentos bons,cego!
    A luta espiritual dele começou assim que ele não ouviu a orientação do Altíssimo,porque prova passamos na obediência. A luta passamos quando desobedecemos a Deus.
    Jonas conhecia a Deus ,mas não tinha tido uma experiência com Ele. Mas lá no fundo ,na barriga do peixe ,este servo pode ver o poder de Deus.
    Eu já fiz muitas coisas parecidas...Jonas orava mas não alcançava vitória. Faltava o perdão. No momento que ele orou pedindo perdão pela mágoa,assim que ele entendeu de misericórdia,Deus ouviu e ele pode levar a palavra de salvação ao povo de Nínive.
O ressentimento trás prejuízo espiritual gravíssimo e principalmente impede a ação do Espírito Santo na minha vida. A história de Jonas parece bonita,mas aprendi que luta é diferente de prova justamente neste ensino.
Provação na obediência e LUTA na desobediência.
Jonas passou por luta ,pois sabia exatamente o que fazer ,porém optou pelo livre arbítrio de fazer diferente.
Na luta ele aprendeu tudo sobre humildade,sobre seguir os desígnios de Deus.
Da mesma forma tenho aprendido muito nas lutas e nas provas,porque agora sei a diferença.

domingo, 26 de maio de 2019

AUTO-BIO

...Ainda do passado e continuo falando ...minha auto-bio .
com pesar tenho lembrado de fatos deveras tristonhos. Hoje um pouco down,mas de alma livre.
      Tudo se passa numa tarde fresca,sem nuvens densas.Apenas nuvens.    Nuvens dentro e fora do meu coração.  A paz reinava naquele lugar.  Tudo conspirava em favor das crianças,mas ninguém imaginava o porvir.   Distante e com os olhos pregados de sono, esperava minha mãe terminar o doce de banana.
Ela sempre ajudava os moços a dar ponto no doce. Não era muito fácil esta tarefa.  Sete filhos para cuidar ,e todos bem levados.
   Assim que o sono me tomou , resolvi ir para cama sozinha. Porém tinha nos pés um chinelo de alguém, um bem grande. Nem sei bem onde tinha encontrado. Nem prestei atenção que tinham colocado o tacho com doce no chão . Certamente era para esfriar.Hoje tenha consciência disto, mas como dizia, não vi mesmo. 
   E foi assim ,grogue de sono, pelo pouco que tenho memória,caí direto dentro do doce...
Só me lembro de segurar firme na alça do tacho para não afundar totalmente nele.  Estava muito quente, apesar de ter uma crosta como nata por cima do doce de banana.
    Os gritos vieram em seguida. Os meus se misturavam com os das pessoas que viam acudir.  Desesperador. Penso que estou contando de forma superficial. Não tenho como mensurar o que minha mãe sentia naquele momento. A palavra que encontro: pavor!
   Um corre,corre sem fim. Os vizinhos e a rua toda vinham
ajudar..
Minha mãe com tesoura,precisava cortar meu cabelo cheio de doce, minha roupa também cheia de doce...Eu?- Pois bem, só sabia chorar aos gritos. Hoje já me esqueci da dor,mas deve ter doído muito. Com certeza foi difícil.  Apenas lembro-me de ter passado meses dormindo em folhas novas da bananeira.  Parece ironia,mas não. A única forma de manter as queimaduras em processo de recuperação.  As folhas da bananeira não colavam nos meus ferimentos, foi o que disseram. pois na época não se envolviam em faixas ou ataduras.  Nem sei pois era muito pequena.Tinha apenas quatro anos de idade.  Passava por lá algumas pessoas ensinando remédios mirabolantes para que os machucados sarassem logo.  Resumo:graxa branca pra carro! Este foi o tratamento. E não estou brincando. Coisas de povo antigo,nem sei como sobrevivi . Mas cá estou eu, coberta de manchas,marcas.  Na pele e na alma. Tenho uns mapas por toda perna e coxa, braço e ante-braço. De tudo que vivi ou não aproveitei resta muito ainda para ser relatado, uma epopeia.
O falatório da cidade inteira ecoa longe agora e as manchas que restaram são apenas marcas. Nunca deixei que elas impedissem minha felicidade ou sufocassem meus sonhos.
Outros fatos também tentaram , sem êxito tirar minha alegria de ser, de viver as oportunidades que a vida me proporciona.
 Caminho sem medo de tropeçar de novo.  Afinal eles são feitos de falhas,quedas, mas sobretudo de levantar e caminhar de novo.  E todas as vezes o caminho se torna mais prazeroso.  Retornar a este momento da infância , de marcas,trás o frescor de dias que virão,de recomeço sempre.


NOITE.

NOITE...





COMO A FLOR DA NOITE
COMO CACTO TUDO SE RENOVA
A NOITE SE ABRE EM DIA ENTÃO
O CHORO DESANUVIA OS OLHOS.

ESPINHOS QUE MACHUCAM,PERFURAM 
DORES QUE INSISTEM EM FICAR 
INCONSTANTE AMANHECER PORÉM
FLORES SEMPRE SE RENOVAM...

DESABROCHA A ALMA INQUIETA
EM CADA MINUTO DO AMANHECER
A VIDA BROTA EM COLORIDAS FLORES 
NA SINGELEZA DE APENAS VIVER!


terça-feira, 12 de março de 2019

Doído Pensar / Crônica * Ângela Matos - MG

DOÍDO PENSAR




Doído pensar que estive muitas vezes neste local. Claramente, lembro-me de esperar as tardinhas, depois das aulas. 

Vínhamos uma turma para apanhar cajazinho.  Era tão longe, quase uma maratona. Voltávamos com as sacolas cheias. Ácida fruta. Cítrica. Mas a festa era garantida.  Tínhamos que voltar logo , antes de escurecer, matos e contos à respeito dos cajazeiros e mil contos de assombrações por lá. 

Hoje, de volta ao mesmo lugar, apenas uma solidão nostálgica.  Os frutos e as árvores continuam aqui. Os frutos azedam meu paladar... mas não tanto quanto a saudade que tenho de outrora.Quando o sabor era ácido, porém tão doce companheiro. Inocentes. Com único intuito de brincar e celebrar a vida. 

"Vamos ao morro do João Gino!" E corríamos à solta sem compromissos com a vida ...Agora, degustando alguns frutos, a memória parece-me pregar peças. Onde está o morro? Talvez nunca tenha existido, o que realmente existiu foi minha infantilidade, que também passou... Olhando de longe tudo parece igual. Na verdade nada mais é igual. Até eu mesma não sou mais "eu". As pessoas que passam por mim são estranhas, pareço ter perdido um espaço de tempo que não vivi. 


Sabe quando você chupa o cajá? A boca fica sensível, acidez gostosa de sentir.  Um doce azedo e amargo.  Bem assim que estou sentindo. Uma doce lembrança que amarga por dentro.  Quis asas.  Voei, fugi, voltei. Mas não poderei ficar.  Não saberia sobreviver mais da forma de antes.  

Depois das asas, caminhar a passos lentos se torna cansativo.  Mas vou lembrar-me sempre meus cajazeiros,  onde fui feliz de verdade. A terna infância perdida no tempo. Vou sempre falar de mim aqui na Jampruca.  Afinal na minha autobio você não pode faltar.  Como contar de mim e não falar de quantas vezes estive nesta sombra; seria impossível.   E no mais, foram 30 anos de ausência. Se este cheiro adocicado um dia fugir da minha mente, não serei mais "eu".  

Deixo esta estrada com lágrimas...saudades sempre Jampruca!  
Ângela Matos ( MG)
*