terça-feira, 26 de setembro de 2017

Outrora * Angela Matos - MG

Outrora


No encanto da tarde ela jazia , quase morta , numa brisa morna e serena.
Seus olhos fixos no azul claro do céu. Moça linda e prendada não havia naquele lugar;geniosa ,cheia de um charme natural. Hoje seria seu dia de conhecer o inesperado.Cansou-se de tanto esperar pelo príncipe encantado.Como dizem por aqui: A fábrica de Encantados já fechou há muito tempo.Sobraram alguns sapos, e olhe lá heim? Dizem...
Antão chegou o dia , enfim. Seria apresentada ao noivo.Aquele vizinho de sítio ,o da infância!
Sonho bobo de ficar voltando ao passado, e achar que tudo será como antigamente.
Doce ilusão pensar assim. O que ficou atrás não torna nunca mais.
Mesmo com este pensamento, correu apressada para o encontro. O pai já esperava ansioso. Compadres e comadres na sala, todos numa expectativa de festa. Foi quando ela se deparou de súbito com um rapaz.
Não acreditava no que via. Calados ficaram todos com a reação da moça.
Meio sem jeito se retirou da sala. Tudo agora fazia sentido: as cartas, bilhetes, telegramas...era ELE.
Já havia anos os dois se conheciam das cartas.Através dos correios.Muita alegria encheu seu coração. 
Agora sim. Poderia voltar à sala. 
Se recompôs e apareceu lindamente vestida; pois hoje foi encontrado seu príncipe!
Não era ENCANTADO. Mas era o que ela suspirava desde sempre.
Enfim,não precisaria mais morrer. A vida voltou justamente naquele encontro.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Crônica--Ainda sobre Jampruca

De pé em um estabelecimento comercial, ainda cansada da correria, fiquei a respirar um pouco, pois o ar estava muito seco.
Quando de repente uma pessoa me pegunta:
---A senhora é filha do seu Leandro?
Foi então que o assunto se esticou.Ele começou a fazer mil perguntas...
e seu pai como vai? Vish , conheci seu filho lá naquela represa PAIOL, logo vi que era seu filho, nunca vi moça! A  cara do pai! Nossa! Mas lembro de nós no oitavo ano colegial...o finado,gente mas como o tempo passa! Lembra?Lembra? O nosso passeio em Marataízes...(passeio que nunca fui), meu pai não deixava.
E foi lembrando de tantas coisas da época da minha juventude. Ficamos por um tempo neste pate -papo.
forcei a memória para lembrar de alguma coisa. Não consegui.Fiquei sabendo que ele era de Água-Preta e que tinha sobre-nome Caetano.
Depois de várias trocas de informações sobre família e familiares ele se foi.
Estranhamente...coisas do destino!Recebi mil elogios à respeito do meu filho mais velho. O que me agradou muito. Fiquei cheia de orgulho. Saber por outros sobre o quanto meu filho é atencioso e educado com os outros.
Foi bom voltar na memória histórias de trinta anos passados. Alguns detalhes desta mesma que não foram ditos , mas que estão guardados no tempo.
Ginásio, recreio, fim das aulas, férias, antigos mestres, antigos amigos, antigas histórias. Mas que continuam vivas como nunca em minha vida.Redescubro a cada momento que tudo valeu a pena!










ainda sobre minha auto-bio

Tive vontade de abraçá-lo logo que vi.Mas seu semblante severo deixou-me encabulada ou insegura.
Caminhei por entre as cadeiras para dar tempo do coração se acalmar e não bater tão acelerado. Um medo vinha de dentro,pois ele era muito bravo, mandão, seríssimo!
Quando criança sempre o imaginava gigantesco. Mais tremenda era sua arrogância nata. Daqueles à moda antiga,bem antiga!
Por muitas vezes desejei seu abraço carinhoso que nunca veio. Não se tornou um trauma;pelo contrário , isto deixou-me mais forte. aprendi cedo a contar comigo mesma.Em consequência disto, tive com o tempo , reaprender ser mais humana.Difícil tarefa interagir. Árdua vida de moça criada ao modo conservador,tantas reservas e proibições desnecessárias,muito desconforto e medo.
Entretanto, quando alcança-se a liberdade, resta um amargo na boca ,um vazio de ausência sem sentido. Não houve amor...Nunca existiu!
Esta moça sempre foi recatada, nada fez para tanto. Apenas saía para dançar e se divertir sem maiores consequências. Nunca iria decepcionar seu superior...Hoje , a fúnebre lembrança dele jazendo sem vida...Junto dele foi toda altivez, mandos e desmandos que ecoam como gritos, somente...
No tempo ecoam...

domingo, 17 de setembro de 2017

RECORDAR * Angela Matos - MG

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QUANDO A TARDE CHEGA E A NOSTALGIA TAMBÉM, ENCONTRO-ME SOZINHA A RELEMBRAR.  FOTOS JOGADAS POR TODOS OS LADOS...LEMBRANÇAS TAMBÉM JOGADAS AO VENTO, NO TEMPO!
CADA FLASH, CADA MOMENTO REGISTRADO. TUDO FICOU GRAVADO E ESTAGNADO: O SORRISO, O APLAUSO, O BRILHO NOS OLHOS,A INDIFERENÇA, A TRISTEZA ESTAMPADA, O SEMBLANTE CANSADO, O FELIZ, O OUTRORA E TALVEZ O NUNCA...PASSARAM! E NAS IMAGENS JÁ VELHAS ,CADA PEDAÇO DE HISTÓRIA.            O NASCIMENTO, O ANIVERSÁRIO, A APRESENTAÇÃO NA ESCOLA, O TEATRO,AQUELA VIAGEM, O NOIVADO, O CASAMENTO....ESTE ÚLTIMO? MUITAS FOTOS.                                                                                           AMIGOS ESTÃO AQUI, QUASE TODOS.  FAMILIARES , PARENTES, ENTES E ADERENTES. E DE REPENTE PREFERI PARAR. EXISTEM LEMBRANÇAS QUE NEM SEMPRE É BOM LEMBRAR!

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

só para não dizer bobagens...


                            Em alguns momentos,

                                  Calar continua sendo a melhor resposta!

domingo, 3 de setembro de 2017

Flores

Flores


Ainda falando delas,simples, meigas, fáceis, cheirosas.
Poderíamos aprender tanto com elas, que sem acepção, perfumam por onde passam...
Mesmo que haja dor , pranto ou rancor...
Simplesmente exalam...