quinta-feira, 9 de junho de 2022

Infância ( continua auto-bio)

E ainda me acho pensando no quanto fui ingênua...Olhei para a tinta gasta e sem reforma.
Pintura que quase se apaga,como uma foto velha de papel que vai perdendo a cor com o tempo...Velhos e bons tempos aqueles!
Tudo era simples e tão importante.O quase nada que representou "TUDO".
    As tardes no pátio da pequena escola; ou dentro do templo aprendendo novas preces. Ouvíamos os discos, alfuns tentavam aprender tocar no violão...Ricamente aproveitados,cada momento com os colegas amigos,orientadores,que não citarei nomes...São tantos anjos...Tudo era festa: o grupo de jovens, as quermesses, as novenas, as visitas ,as reuniões, as conversas em grupo,tudo no maior respeito e alegria. O pouco do muito que tivemos em Jampruca.
Vejo tudo vazio,distante de mim.
A amnésia me tomou e muito ficou esquecido.
Queria tanto lembrar detalhes; mas tengo certeza que corri em volta dela,da construção! 
Duvido que não tenga brincado de pique depois dos cultos matinais de domingo. Talvez, não sei, tenha caído e machucado os joelhos.
Quem sabe se corri pra casa na chuva...Gostaria de lembrar.
Famílias, rostos, nomes, sobrenomes. Tudo um imenso labirinto na minha mente.
Afinal se foi há quarenta anos!
Ainda restou a ternura de poucas lembranças e a construção está lá. Abrigo para corações que queiram conforto, quase desfocada, porém receptiva de portas abertas.
Quem me dera voltar a aquela inocência de acreditar sem questionar os paradigmas e dógmas.
Quem me dera!
Confesso que me tornei teimosa demais e correr nestes pátiis novamente seria um sonho...
Espero encontrar aquela criança dentro de mim outra vez...Quem sabe um dia???

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