quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Aula de poema


 Nada mudou desde o último olhar. Tudo se acende ao abrir dos olhos, ao acordar do sono(leve). As rimas e as palavras pulam como pulgas. Saltando e querendo falar. Querendo denunciar coisas que não podemos dizer. Os versos querem registrar pra sempre os momentos inesquecíveis. Os abraços demorados e saudosos que não querem calar. As estrofes precisam arrematar tudo. Frisar e organizar cada pensamento e suspiro. Cada sonho interrompido no meio do caminho.  A escada não chegou ao fim.  Então a poesia não pode seguir as rimas e as métricas devidas.  Isto complica tudo. Sonhos interrompidos são vidas que não seguem. Estradas com despenhadeiro… pensar assim deixa o poema triste! Então por esta razão não preocuparei com linhas. Com métricas. Com rimas; nem mesmo espaços. Vou aleatoriamente falando e deixando a poesia se esparramar da forma que der.  Deixe que ela acompanhe as lágrimas que vão junto: se esparramando e derramando! Pois quando as palavras sentidas não cabem mais no peito; esparramam pelo papel. Expressando o âmago mais profundo redundante do ser que não sabe o que fazer ; a não ser ESCREVER!

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Fim de novembro

Paisagem rústica, árida. Nem sei mais se estou em Minas ou nordeste. Que sol cabra da peste. Queimando tudo que há. Minhas mangas, o jardim. Não se escuta gorjear.  Tudo um imenso monte de secura no ar.  Sol cinzento. Algumas florzinhas rasteiras na estrada. Poeira. Poeira. Poeirada… vento, lixo e folhas a voar. No pasto seco o fogo a estalar.  Queimando tudo. Lambendo o que sobrou. A pele chega rachar. Vou pedir a chuva pra voltar: volta chuva! Volta logo! Antes de tudo se acabar.


domingo, 9 de junho de 2024

Auto-bio capítulo 06

 


Deste momento um pouco de reflexão! Um expectativa sem resultado. Uma experiência desoladora e angustiante. Interessante! Libertadora também! É necessário encarar de frente tudo que te trás medo e angústia. Muito importante fazer experimentos novos e se olhar no espelho. Enxergar seu próprio ego(falho, altruísta, arrogante). Afinal! A Vida não é um manual com GPS. Visitar o presente é viajar direto para dentro do passado. Abre feridas que estavam cicatrizando. Remexer ou tentar reinventar aventuras novas; pode criar labirintos infinitos. Sem saídas. Uma estrada literalmente sem volta. Bom mesmo é a calmaria da nostalgia do cotidiano rotineiro. Onde quase tudo pode ser controlado. Ah! A rotina! Ainda tem quem reclame dela. Mas sou apaixonada em saber como será cada  segundo do meu dia.( ou pelo menos tenho a ilusão de que sei) e, assim vão se passando os dias . Os meses. Os anos. E esta mudança de rota .Este atalho. Espero nunca mais passar por ele. Aprendo cada vez que sinto vergonha. Aprendo cada vez que sinto desprezo. Aprendo sempre a deixar pra trás… Uma tática ótima é que funciona. Minha saúde mental agradece! Minha dignidade recuperada também.( esta é a melhor aprendizagem) Fechado o pacote deste desfecho. Última imagem , crédito de Santana do Paraíso MG. 

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Auto-bio maio 2024



 Louvo pelas minhas netas  de sangue Zoe e Zaya, que hoje são meu riso. Yasmim e Yzaullim , minhas netas adotivas. Minhas ajudadoras( porque alguém pode pensar que estou ajudando estas gêmeas). Vieram  pra ensinar que recomeços existem e que Deus providencia portas escancaradas. Basta abrir os olhos e o coração. Não vou mentir que está sendo maravilhoso. Que tudo tá de acordo com meu caderninho imaginário. Diria  que é gratificante ver o operar de Deus na minha vida. Me moldando de uma forma  doída  que chega rasgar. A lembrança da minha filha a todo instante, faz saber o nada que sou. A história é Cristo quem cria. Ele desenrola a redação da minha vida.  Colocou duas peças no lugar de uma. E a cada dia uma evolução diferente. Um embate(comigo)!  Depois que o dia termina e olho para mim. Ajoelho no meu quarto e vejo que o amor de Deus por mim é muito , muito maior. Eu tão falha. Tão resistente!  Se eu não me tornar como bambu irei me quebrar. Estão estou me dobrando e desdobrando todo dia( lógico! Dentro das minhas limitações). E quando tá pesado demais; eu faço uma pequena viagem de três dias…Recomeço!  Se alguém pergunta: respondo que está tudo bem. Por hoje fecho este pequeno pedaço da minha auto- biografia. Pra você entender. Temos lutas. Temos provas. Temos alegrias. Temos muitas coisas. Mas o que não podemos ter nunca: falta de amor e esperança. Nunca! Jamais Ser egocêntricos! E principalmente:  Aceitar o que Deus tem pra nós. Ele sempre dá sob medida.( quem lê entenda) Este capítulo terminarei louvando a Deus por ser muito feliz, saudável e cheia de vida. Obrigada Senhor Jesus! Por Tudo!  Ângela Matos MG            Auto-bio  26/05/24


domingo, 14 de abril de 2024

Sem Roteiro


 Já andava sem rumo. Bem triste e barulhento o andar da carruagem. Tudo lento. Engenhoca velha. Ferrugem dentro e fora. Tudo quebrando. Soltava estilhaços. No suspiro profundo da fadiga doméstica. Da rotina diária. Poeira. Nada mais restou. Não havia paciência pra debates ou embates. Solidão. Tudo numa única palavra: desleixo!   Mas tinha também a palavra chave “orgulho”.  Canseira ! Que preguiça era pensar, discorrer ou dialogar sobre qualquer assunto. Tudo desgastado. Esfarelando e caindo. Como folha seca e velha que vai se partindo com um ventinho qualquer.  Era uma puta sacanagem perder tempo. A farofa em que tudo se tornou. Daquelas secas difíceis de se engolir. Por isto eu falava: não se engane! Não é sobre pó,ou ferrugem,ou poeira.  O assunto era relacionamento ultrapassado e passado do tempo de deixar de ser.  Sim . Era sobre isto que eu queria falar…