sexta-feira, 18 de abril de 2025

De volta a Jampruca


 Existe um passado que não passa.

Mesmo guardado em páginas. Fechados na estante.  Vez em quando se abrem na janelinha da memória.
Estava eu cá, cismando e lembrando…
A Viação Cisne; relíquia dos meus tempos dourados.
O ônibus era branquinho e tinha um cisne desenhado.
Todas as tardes a turma partia pra estudar em Frei Inocêncio.
Saiamos de Jampruca. Era uma história. Um ritual.
E meia noite ou 23:30 h já estávamos na praça de volta.
Vish!
Mas se eu parasse pra contar as coisas que aconteceram nestas viagens.
Muitas, muitas.
Isto quando não dava problema no motor e a turma inteira tinha que caminhar seis quilômetros pra casa.
Mas no fundo era bem divertido.
Um lugar onde nada acontecia; isto com certeza , gerava assunto pra um mês.
Hoje tive o prazer de rever uma tia, conterrânea. 
Outro tio, também conterrâneo.
E outras pessoas que não via há anos.
Foi um sentimento de nostalgia;  tempo enriquecedor.
Só na varanda onde estavam rolando as conversação, tinha quatro tios com mais de noventa anos cada.
Foi onde me dei conta da alegria deles. Longevidade com saúde.  Felizes. Sorrindo e contando histórias. 
No passado bem distante. Exatamente quarenta anos atrás.Existiu a mesma roda de conversa.  Como dejavú.
Fiquei prestando atenção.
Ninguém muda.
Ninguém mudou!
O tempo não ajudou na evolução ( porque evoluir não cabe a todos).
Fiquei triste de sentir que nada mudou.
Me chateei de rever os mesmos padrões e paradigmas.
Tirei conclusões e decidi melhorar em mim o que não vi melhorado nas pessoas. 
Parece pretenção de minha parte.
Também não sou uma pessoa tão fácil.
Está no sangue, no DNA.
Espero melhorar um dia.
Quero ser simples, quero transmitir humildade de espírito, leveza no falar e no trato com as pessoas. 
Desejo muito ter empatia. Por todos.
Eu quero!
Eu posso!
Ângela Matos escritora MG

sexta-feira, 4 de abril de 2025

04 de abril


 04 de abril


Não pode reclamar

Nem sequer se lamentar

Mas a data se passará 

Passou-se triste  cinzento


O mais longo do relógio

As vinte d quatro horas

E o sonho,  os projetos

Todos interrompidos 


Não existe choro alegre

O respirar também é triste

Choro; mágoa de saudade

Os abraço não entrelaçados 


Talvez seja estupidez

Ou mesmo ignomínia 

Ter crise de choro outra vez

Por motivo sem explicação 


Melhor mesmo não lembrar 

Nem tão pouco  se preocupar

Pois a data passará 

O sol e as estrelas voltarão a brilhar

Ângela Matos MG

domingo, 23 de março de 2025

Pequenos momentos de mim


Pequenos momentos de mim

(auto-bio)


Devolve por favor tempo

A inocência perdida.

O entusiasmo!

A vontade de continuar sem parar.

Trás de volta a alegria da juventude.

A falta de medo de exagerar,

Retorna agora, tudo que foi roubado:

A insensatez, a ignorância de conhecimento, a utopia…

Saber demais está implodindo tudo. 

Virando ao avesso as ideias que sonhei pra mim…

Tirando as cores do arco-íris que pintei:fantasioso , cheio de estrelinhas.. bobagem!

Tudo se tornou mero absolutismo nesta cabeça de uma centena de anos.

Envaideci nas viagens, preenchi demasiadamente os neurônios.

Saudade de quando não conseguia entender uma mera piada.

Desmereci  a ampulheta do passado.

Pulei etapas.

Esqueci tudo(quase!)

Mergulhei num hoje irresponsavelmente.

Cansei meus dias!

Acordei!

Retorna pra mim infância de outrora.

Nem que seja apenas na memória. Retorna!

Ângela Matos MG

sexta-feira, 7 de março de 2025

Reverso pensamento

Continuar em uma constante;

Totalmente inconstante do dividir do meu ser.

Coisa que não quero invadem minha mente e meu cotidiano.

Troco os pés pelas mãos no caminho.

Os espinhos doem em estradas cheias de flores falsas.

O vento sopra contrário a tudo que planejei antes.

Preciso urgentemente tomar atitudes.

Absorvo o melhor, determino objetivos e metas.

Sangro em algumas paradas e sigo.

Mas no fim sempre termino o projeto.

Não posso ; nem devo parar no meio desta constante.

Pois o pote  nunca está no fim do arco íris.
 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Aula de poema


 Nada mudou desde o último olhar. Tudo se acende ao abrir dos olhos, ao acordar do sono(leve). As rimas e as palavras pulam como pulgas. Saltando e querendo falar. Querendo denunciar coisas que não podemos dizer. Os versos querem registrar pra sempre os momentos inesquecíveis. Os abraços demorados e saudosos que não querem calar. As estrofes precisam arrematar tudo. Frisar e organizar cada pensamento e suspiro. Cada sonho interrompido no meio do caminho.  A escada não chegou ao fim.  Então a poesia não pode seguir as rimas e as métricas devidas.  Isto complica tudo. Sonhos interrompidos são vidas que não seguem. Estradas com despenhadeiro… pensar assim deixa o poema triste! Então por esta razão não preocuparei com linhas. Com métricas. Com rimas; nem mesmo espaços. Vou aleatoriamente falando e deixando a poesia se esparramar da forma que der.  Deixe que ela acompanhe as lágrimas que vão junto: se esparramando e derramando! Pois quando as palavras sentidas não cabem mais no peito; esparramam pelo papel. Expressando o âmago mais profundo redundante do ser que não sabe o que fazer ; a não ser ESCREVER!

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Fim de novembro

Paisagem rústica, árida. Nem sei mais se estou em Minas ou nordeste. Que sol cabra da peste. Queimando tudo que há. Minhas mangas, o jardim. Não se escuta gorjear.  Tudo um imenso monte de secura no ar.  Sol cinzento. Algumas florzinhas rasteiras na estrada. Poeira. Poeira. Poeirada… vento, lixo e folhas a voar. No pasto seco o fogo a estalar.  Queimando tudo. Lambendo o que sobrou. A pele chega rachar. Vou pedir a chuva pra voltar: volta chuva! Volta logo! Antes de tudo se acabar.


domingo, 9 de junho de 2024

Auto-bio capítulo 06

 


Deste momento um pouco de reflexão! Um expectativa sem resultado. Uma experiência desoladora e angustiante. Interessante! Libertadora também! É necessário encarar de frente tudo que te trás medo e angústia. Muito importante fazer experimentos novos e se olhar no espelho. Enxergar seu próprio ego(falho, altruísta, arrogante). Afinal! A Vida não é um manual com GPS. Visitar o presente é viajar direto para dentro do passado. Abre feridas que estavam cicatrizando. Remexer ou tentar reinventar aventuras novas; pode criar labirintos infinitos. Sem saídas. Uma estrada literalmente sem volta. Bom mesmo é a calmaria da nostalgia do cotidiano rotineiro. Onde quase tudo pode ser controlado. Ah! A rotina! Ainda tem quem reclame dela. Mas sou apaixonada em saber como será cada  segundo do meu dia.( ou pelo menos tenho a ilusão de que sei) e, assim vão se passando os dias . Os meses. Os anos. E esta mudança de rota .Este atalho. Espero nunca mais passar por ele. Aprendo cada vez que sinto vergonha. Aprendo cada vez que sinto desprezo. Aprendo sempre a deixar pra trás… Uma tática ótima é que funciona. Minha saúde mental agradece! Minha dignidade recuperada também.( esta é a melhor aprendizagem) Fechado o pacote deste desfecho. Última imagem , crédito de Santana do Paraíso MG.