Existe um passado que não passa.
Mesmo guardado em páginas. Fechados na estante. Vez em quando se abrem na janelinha da memória.
Estava eu cá, cismando e lembrando…
A Viação Cisne; relíquia dos meus tempos dourados.
O ônibus era branquinho e tinha um cisne desenhado.
Todas as tardes a turma partia pra estudar em Frei Inocêncio.
Saiamos de Jampruca. Era uma história. Um ritual.
E meia noite ou 23:30 h já estávamos na praça de volta.
Vish!
Mas se eu parasse pra contar as coisas que aconteceram nestas viagens.
Muitas, muitas.
Isto quando não dava problema no motor e a turma inteira tinha que caminhar seis quilômetros pra casa.
Mas no fundo era bem divertido.
Um lugar onde nada acontecia; isto com certeza , gerava assunto pra um mês.
Hoje tive o prazer de rever uma tia, conterrânea.
Outro tio, também conterrâneo.
E outras pessoas que não via há anos.
Foi um sentimento de nostalgia; tempo enriquecedor.
Só na varanda onde estavam rolando as conversação, tinha quatro tios com mais de noventa anos cada.
Foi onde me dei conta da alegria deles. Longevidade com saúde. Felizes. Sorrindo e contando histórias.
No passado bem distante. Exatamente quarenta anos atrás.Existiu a mesma roda de conversa. Como dejavú.
Fiquei prestando atenção.
Ninguém muda.
Ninguém mudou!
O tempo não ajudou na evolução ( porque evoluir não cabe a todos).
Fiquei triste de sentir que nada mudou.
Me chateei de rever os mesmos padrões e paradigmas.
Tirei conclusões e decidi melhorar em mim o que não vi melhorado nas pessoas.
Parece pretenção de minha parte.
Também não sou uma pessoa tão fácil.
Está no sangue, no DNA.
Espero melhorar um dia.
Quero ser simples, quero transmitir humildade de espírito, leveza no falar e no trato com as pessoas.
Desejo muito ter empatia. Por todos.
Eu quero!
Eu posso!
Ângela Matos escritora MG