domingo, 14 de abril de 2024

Sem Roteiro


 Já andava sem rumo. Bem triste e barulhento o andar da carruagem. Tudo lento. Engenhoca velha. Ferrugem dentro e fora. Tudo quebrando. Soltava estilhaços. No suspiro profundo da fadiga doméstica. Da rotina diária. Poeira. Nada mais restou. Não havia paciência pra debates ou embates. Solidão. Tudo numa única palavra: desleixo!   Mas tinha também a palavra chave “orgulho”.  Canseira ! Que preguiça era pensar, discorrer ou dialogar sobre qualquer assunto. Tudo desgastado. Esfarelando e caindo. Como folha seca e velha que vai se partindo com um ventinho qualquer.  Era uma puta sacanagem perder tempo. A farofa em que tudo se tornou. Daquelas secas difíceis de se engolir. Por isto eu falava: não se engane! Não é sobre pó,ou ferrugem,ou poeira.  O assunto era relacionamento ultrapassado e passado do tempo de deixar de ser.  Sim . Era sobre isto que eu queria falar…